As famílias adoravam a perua da Volkswagen, que tinha um bom desempenho e espaço para bagagem
Por Sérgio Berezovsky / fotos: Marco de Bari
____________________________________________________________________________________Quando a Volks comprou a Vemag e suspendeu a produção da linha DKW, surpreendentemente a perua Vemaguete usada valorizou. O motivo: as famílias que queriam uma perua média ficaram sem opção. Dois anos se passaram até a chegada da Variant, no final de 1969. Era a irmã do sedã 1 600, mais conhecido como Zé do Caixão. Suas linhas, porém, eram muito mais harmoniosas: foi considerada por QUATRO RODAS, na época do lançamento, no final de 1969, como "o VW mais bonito do Brasil". Com os 15 653 cruzeiros novos - preço da Variant no lançamento - convertidos em valores de hoje seria possível comprar uma Parati 2.0 Mi, que custa 27 864 reais.
Quando se abre a porta, sente-se no ar algo que era característico de todos os VW e acabou se perdendo. É o cheiro. Os carros da marca tinham um odor que não desaparecia com o uso e permanece até hoje nos modelos mais antigos. Como todo Volks, a Variant era sinônimo de simplicidade e funcionalidade. E a síntese dessa idéia é o painel, com apenas dois instrumentos: no centro, o típico velocímetro com a luz verde para o nível do óleo, a vermelha para indicar problemas no alternador e o indicador único de seta no centro. À esquerda fica o marcador de nível de combustível. Do lado oposto, espaço para o relógio de horas. E é só. Mas uma coisa é certa: para os padrões dos carros nacionais, a Variant tinha um acabamento muito bom.
Ao girar a chave do contato, acendem-se as luzes verde e vermelha. Uma leve pressão no acelerador e a Variant pega de primeira. Primeiro apaga-se a luz verde, do nível do óleo. A vermelha vai escurecendo aos poucos, à medida que se pisa no acelerador. O acionamento do câmbio é perfeito, mesmo para os dias de hoje: é preciso, com pequena distância entre as marchas. Pé no acelerador, pronto para sair, o motor falha. Nada de novo: desde sempre, regular a dupla carburação da Variant foi a prova de fogo dos mecânicos. Assim mesmo a Variant mostra a força do motor 1 600 nas subidas. O pedal de freio, de aparência frágil, igual ao do Fusca, faz um conhecido "tlac" quando se tira o pé e o carro acompanha o trânsito com facilidade.
A Variant redimiu os carros de passeio da Volks no quesito espaço para bagagem. Além do porta-malas na frente, ela tem espaço de sobra atrás. Isso graças ao motor traseiro, que tem a ventoinha mais baixa do que a do Fusca. Uma tampa separa os passageiros do motor. Se favoreceu o espaço para bagagem (além do porta-malas pode-se utilizar o espaço sobre a tampa), essa solução prejudicou a vida a bordo: não é fácil conviver com o motor "dentro" do carro nos dias de calor.
No teste QUATRO RODAS de estréia do carro (edição de dezembro de 1969), a perua fez 134 km/h. Com muito mais qualidades que defeitos a Variant, fabricada ao longo de onze anos, logo provou seu carisma. Em uma pesquisa da revista com os cem primeiros proprietários (edição de abril de 1970), 99% deles responderam afirmativamente à pergunta se as respectivas famílias aprovaram a compra.
Fala amigo!
ResponderExcluirDivulguei seu site lá...
Linka a gente aí
http://viajandonofusca.blogspot.com/
Abraço!